quarta-feira, 6 de junho de 2012

VALE O QUANTO CUSTA?



Viagem chegando e mesmo correndo o risco de ultrapassar minha cota de idiotice ao declarar isso, eu confesso: já estou sonhando com todas as compras e principalmente com o thrift shopping que cada viagem promete. É quase como uma caça, só que ao invés de voltar com animais mortos, eu volto com achados têxteis vendidos em lojas que amontoam coisas que alguém não quis mais. É idiota, mas é bem menos cruel, então me dá um desconto.

Esse post é quase uma anotação para mim mesma não esquecer de considerar nenhum item da lista antes de adquirir alguma coisa, mesmo que ela custe US$ 1. Já dizia o bonitinho de "Os Delírios de Consumo de Becky Bloom" que custo e valor são coisas muito diferentes. Para reconhecer se uma roupa (que é do que eu entendo) vale o quanto custa, alguns detalhes são importantes. São eles:

1) Qualidade do Tecido


Avaliar a qualidade de um tecido requer um pouco de observação e memória de experiências anteriores. Além de identificar se a construção do tecido é boa, o ideal é conseguir antever a durabilidade e o comportamento dele após as lavagens às quais ele vai ser submetido. Complexo, eu sei. De uma maneira geral, qualquer um consegue dizer se um tecido é agradável ao toque, se parece que vai desmanchar ou não. Com um pouquinho mais de técnica, você pode ir além e saber se aquela malha de algodão é do tipo que forma bolinhas ou se o poliéster é vagabundo a ponto de te deixar fedida depois de dobrar o primeiro quarteirão (sim, tecidos têm esse poder).
2) Qualidade da Modelagem


Aqui também pode ser usada um pouco de técnica. Eu consigo ver, num cabide, apertado numa arara cheia de roupas, se um blazer tem uma modelagem esquisita (é um dom, hahaha), mas não precisa ser nenhum expert para ver no espelho quando uma roupa te veste mal (sei lá, vai ver precisa; tanta gente com roupa mal cortada por aí..). De qualquer modo, a dica aqui é: nem todo mundo tem o corpo padrão e é aceitável que uma roupa precise de alguns ajustes (uma barra a ser feita, uma cintura a ser ajustada), e nesse caso a conta a se fazer é se o preço da loja + o preço do ajuste igualam o valor da peça. Mas tem roupa que nem com todos os ajustes vai ficar boa, porque já começou com a modelagem errada. E lembre-se que, quando se trata de ajuste, é mais fácil subtrair do que adicionar.
3) Qualidade da Costura


 É muito comum que grandes lojas e redes de fast fashion pequem nesse quesito. Sabe aquela ideia boa e mal executada? Geralmente a cagada foi na costura, e geralmente porque a grande quantidade de peças produzidas não permite esmero algum. Evite a todo custo, porque dos quesitos que vão te delatar ao usar uma roupa barata, esse é um dos mais facilmente reconhecidos, até por leigos. Sem falar no risco que se corre de encontrar furos logo nos primeiros usos, o que também pode arruinar um dia inteiro.
4) Qualidade do Design


 Uma das coisas que mais encarece, não só roupas, mas objetos em geral, é um design bem feito. Como dizia Steve Jobs "Não é só o que aparece e sente. Design é como funciona." Convenhamos que se há alguém (uma pessoa ou uma equipe inteira) pensando não somente em como algo te veste ou aparenta, mas também em como funciona, não pode ser barato.Inteligência é artigo raro e, por isso, custa caro. Estamos falando também de algum tipo de inovação; camisetas já foram (ou já deveriam ter sido)solucionadas.
5) Qualidade da Estampa


Cada processo de estampa tem um efeito visual e tátil quando aplicado sobre um tecido. Estilistas sabem disso e podem usar os mais variados para atingir o efeito desejado, ou para baratear o custo final de uma peça. Aqui mora o perigo, eles sempre querem baratear tudo. Sabe a diferença entre um tecido que é xadrez porque os fios da trama e do urdume têm cores diferentes e um que é xadrez porque aplicaram uma estampa em cima de um tecido liso? Pois deveria, sob o risco de parecer estar usando a camisa da última festa junina. Outra coisa pavorosa é listra estampada por sublimação. Mas a lista de bizarrices é infinita, melhor parar de dar exemplos.
6) Exclusividade da Estampa


 Estampas incríveis são ainda mais incríveis quando você não cruza com pares de vaso na rua o tempo todo. Na mesma lógica do design, aquele desenho que você vê em forma de roupa levou tempo de uma pessoa com algum talento para ser feita, e se não foi o caso de diluir esse custo entre milhões de consumidores, o preço pode sair bem salgado.
7) Estado de Conservação (no caso de peças usadas)


Auto-explicativo, mas se eu pudesse dar algum conselho, eu diria que tudo depende do que você espera. Eu já comprei coisas exatamente pelo fato de parecerem usadas, porque era a aparência mais detonada justamente a graça (imagine um jeans vintage), e coisas que apesar de muito antigas, mantinham uma aparência de nova, o que prometia que ela ia continuar assim por mais alguns anos.
Resumindo, moda é um troço meio mágico, mas não tem milagre. Para ser mais barato, um produto tem que ter qualidade inferior e/ou ser produzido em larga escala, se não a conta simplesmente não fecha. Tendo isso em vista, cada um tem que colocar na balança o que é prioridade e fazer sua própria equação funcionar. Há quem prefira ter pouquíssimas peças, exclusivíssimas e que duram muito tempo. Também tem o tipo que prefere estar sempre usando a última tendência e até espera que uma peça não dure muito para ter desculpa de renovar o guarda-roupa logo. De uma maneira ou de outra, o inteligente é ter consciência e um pouco de cuidado para não levar gato por lebre.

Esqueci de alguma coisa?

2 comentários:

  1. Adorei estas dicas! eu smepre presto a atenção mais tme muitas pessoas que não.... presto muito no tecido a estampa a costura!

    adorei tudo por aqui e resolvi te seguir se quiser siga o meu blog também!

    http://wwwmaismoda.blogspot.com

    beijos e abraços!

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