quinta-feira, 16 de abril de 2015

CALÇA PRETA, CAMISA BRANCA

Quando eu li a matéria da Matilda Kahl explicando porque vestia o mesmo look há 3 anos, eu não pude deixar de pensar no blog e de como ele andava parado. Nos últimos meses (ou anos) meu interesse pela Moda diminuiu tanto que eu me sentia sem assunto e não achava que valia a pena voltar aqui e escrever.

No meio-tempo, é claro que outros assuntos tomaram conta da rotina - às vezes nem tão longe assim desse ato de se vestir - mas eu não encontrava a conexão, forte o suficiente, com tudo que costumava ser dito nesse espaço. Não que ele algum dia tenha sido um blog de moda nos moldes em que tantos surgiram, looks do dia e afins, mas fiquei um tempo sem querer tornar públicas minhas opiniões e assim, o MRB ficou meses sem atualizações.

Na semana passada, com o relato da Matilda, foi impossível não pensar na frase que descreve o MoneyRubberBand, em como um look tão básico pode ser base para tantos tipos de discussão. Assim, decidi: vou voltar a discutir (no melhor sentido)!



Antes de começar a escrever, reli o testemunho da moça (aqui, em inglês) e fui saber um pouco mais sobre ela e o seu trabalho (prova de que a teoria dela funciona) e brotou um sorriso no rosto ao descobrir que ela é de Estocolmo. A capital da Suécia foi um dos lugares que mais me impressionou visitar na vida, não só pela estética e pelo design que eu amo, mas por poder testemunhar a igualdade de sexos que eu tanto acredito e defendo acontecendo no dia-a-dia, para todo mundo ver. Ah, como eu queria que todo mundo visse!, mas isso é assunto para outro(s) post(s). O que eu queria dizer mesmo é: a diretora de arte, que já trabalhou nas maiores agências de publicidade de NY e do mundo, realmente tem o que mostrar.

E esse é o ponto, não? Nunca vai ser possível mensurar quanto o tempo que ela deixou de perder olhando para um guarda-roupa influenciou o trabalho dela ou mesmo quanto isso a ajudou a ser mais respeitada, mas é legal iniciar a reflexão de uma maneira de as mulheres, voluntariamente, se igualarem aos homens, sem copiá-los. Se você observar, o look da Matilda não é masculinizado, e ainda tem um toque de memória afetiva - o laço de couro, que é releitura dos laços que a mãe dela fazia em seus cabelos quando criança. Além disso, ela afirma não usar o uniforme aos fins de semana, quando adora vestidos.

Para pensar, que é o que importa por aqui...

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