segunda-feira, 26 de março de 2012

:: VALE A PENA :: RESIDÊNCIA ARTÍSTICA FAAP



"... A Residência Artística FAAP destina-se, também, e efetivamente, a inserir a cidade em um circuito internacional cada vez mais amplo e interligado por ações que visam à discussão e reflexão sobre as possibilidades de colaboração e participação no campo artístico, mas destina-se de outro lado a inserir o artista na cidade, e em uma especifidade de relação local, ao oferecer-lhe o ambiente..."

O texto do programa que deveria apresentar a residência que funciona no Edifício Lutetia desde 2005 é complexo, chato e não teriam me feito ir até a Praça do Patriarca no último sábado. Sorte que eu só li ele depois de sair do Open Studio que eles promoveram. A tal residência é mantida pela FAAP e é uma dessas coisas boas que a cidade oferece e sobre as quais nós nunca ficamos sabendo.

Para contar uma história curta, são 10 apartamentos muito bons onde artistas de qualquer lugar, do Brasil e do mundo, podem morar enquanto desenvolvem seus trabalhos. Eles desfrutam de toda a estrutura do curso de Artes Plásticas da faculdade e podem ficar de 2 a 6 meses nesse processo, de acordo com uma pré-avaliação da instituição sobre o trabalho prévio e o projeto proposto para o período. Quem tem alguma familiaridade com o conceito de residência artística já sabe do que se trata.

Para mim, pessoalmente, o contato com o projeto e seus participantes tem uma influência pessoal, numa nova maneira de pensar o estilo de vida, a relação com a cidade e seus espaços públicos e processo de criação de uma maneira geral. É bom principalmente pensar que talvez seja viável ter uma vida um pouco mais slow, mesmo que numa metrópole.

As fotos são de duas dos sete artistas que estão morando e participando da residência agora. Escolhi para ilustrar esse post porque foram as duas últimas a apresentar seus trabalhos em um talk que aconteceu na última terça-feira (além de serem duas queridas).

A Julie faz um trabalho que envolve a experiência dela com neurociência, onde linhas irregulares sobrepostas em camadas formam imagens e cores distorcidas pelo cérebro, num efeito conhecido como moiré. A Holly dá continuidade aqui em São Paulo a uma série que começou quando o irmão dela foi condenado a 9 anos de detenção. São obras que resultam da correspondência entre os dois e de uma relação que se tornou diferente pela distância não só física, mas de realidade, de diversas maneiras.

As duas são americanas, mas o projeto atualmente conta com outros três brasileiros, um inglês e um português. Para saber mais sobre, acesse a página do Facebook.




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