Há uma psicologia por trás
de seu guarda roupa. Descubra-a.
Seu
estilo diz muito sobre você. O que você veste pode informar a um desconhecido qual
o seu emprego, bem como suas emoções, ambições e hábitos de consumo. E agora
até existe uma forma inteiramente nova de psicologia.
A
psicóloga clínica Dra. Jennifer Baumgartner literalmente escreveu um livro sobre o
fenômeno, que ela chama de “psicologia do vestir”. Em “Você é o que você veste.
O que suas roupas revelam sobre você”, ela explica não somente como a
psicologia determina nossas escolhas de vestuário, mas como para superar
problemas-chave psicológicos seu guarda-roupa pode estar trazendo-os à luz no
seu dia-a-dia, ou mesmo em seu trabalho.
“Comportamento
de compra e gasto geralmente vêm de motivações internas como emoções,
experiências e cultura,” diz a Dra. Baumgartner.
“Você olha os comportamentos de compra e armazenamento, e até mesmo como misturar
as peças, e as pessoas pensam nisso como sendo uma bobagem. Mas qualquer
comportamento é enraizado em algo mais profundo. Eu olho para o significado mais profundo das escolhas, do modo como o
faria em terapia.”
Conversamos com ela para entender por que
roupas são tão reveladoras (das nossas personalidades), que mensagens estão
enviando e como você pode utilizar seu armário para mudar como os outros lhe
percebem – e até mesmo o que você pensa de você.
Como nós usamos roupas como um
apoio, e uma arma
Americanos contam com as roupas como indicadores social e econômico
porque não há marcadores oficiais de classe como um sistema de castas ou
aristocracia, diz a Dra. Baumgartner.
“Quando você não tem um sistema específico, as pessoas inventam o seu
próprio,” ela explica. É o que “ajuda a descobrir onde você se encaixa.
Especialemente agora, com a economia, pessoas perdendo status, manter um senso
de quem somos é ainda mais importante. Nossas roupas ajudam a nos colocarmos
onde pensamos querer estar.”
Ela cita a série Real Housewives
como exemplo: “Veja o modo como elas focam em dinheiro. Quando brigam, elas
usam logos e designers como uma maneira de humilhar umas às outras. Elas estão
usando roupas e acessórios tanto como uma ferramenta para saber onde se
encaixam como uma arma contra os outros.”
Roupas que projetam uma imagem boa
ou ruim
Já te disseram que você pode julgar um homem por seus sapatos?
Infelizmente, não é assim tão simples.
Não existe uma peça ou estilo que faça a
pessoa parecer bem sucedida. A Dra. Baumgartner recomenda os básicos quando
quiser tentar projetar uma imagem positiva: o pretinho básico, o blazer, os
scarpins. “Com clássicos, a história fez o trabalho por você. Atravessou os
tempos, então você já sabe que funciona,” ela diz. E o que é que faz de um
clássico um clássico? “Tem múltiplas funções e é apropriado para diferentes
faixas etárias e tipos de corpo. Se tornou um clássico porque funciona não
importando quem você seja.”
Por outro lado, não há uma peça ou estilo que
faça uma pessoa parecer um fracasso. “Qualquer coisa que pareça que você não
teve tempo ou fez algum esforço se torna negativo,” diz a Dra. Baumgartner. “A
pior roupa é a que tenta se desfazer, ignorar ou esconder onde você está ou quem
você é, ou o tipo que mostra que você não prestou atenção ao seu
corpo/idade/situação... Qualquer roupa que impede que você faça bem seu
trabalho manda a mensagem errada.”
O que suas
roupas dizem a você, não sobre você
Um estudo desse ano, da Northwestern
University, examinou um conceito chamado “cognição da roupa.” Pesquisadores definem
em seus relatórios como sendo “a influência sistemática que as roupas têm nos
processos psicológicos dos que as vestem,” ou seja, o que suas roupas estão
dizendo a você e não sobre você. E como elas fazem você se
sentir.
Os pesquisadores distribuíram jalecos brancos
padrão para os participantes, contando a alguns que se tratava de um jaleco de
médico e a outros que era um avental de pintor. Todos os participantes
realizaram a mesma tarefa, mas aqueles que usavam o “jaleco de médico” foram
mais cuidadosos e atentos. Suas ações foram influenciadas por suas roupas.
O mesmo pode ser verdade para você. Quando uma
amiga te puxou para fora de casa e disse “Vá se arrumar! Você se sentirá
melhor!” após seu ultimo rompimento/entrevista frustrada/dia horrível, ela
tinha razão. “Quando você se veste de uma determinada maneira, isso ajuda a
mudar seu estado interior,” explica a Dra. Baumgartner. “Nós percebemos isso ao
fazer transformações, e mesmo atores dizem que vestir o figurino facilita a
expressão do personagem. É tão verdade quanto para o cotidiano.”
A cognição da roupa dá prova científica à idéia
de que você deve se vestir não do modo como se sente, mas do modo como quer se sentir. Quais roupas a fazem
sentir poderosa? Sexy? No controle? Rica? As roupas
que você escolhe estão enviando mensagens àqueles à sua volta, mas também a
você, você mesmo.
Em “Você é o que você veste”, a Dra.
Baumgartner lista alguns dos problemas de guarda-roupa e percepção mais comuns.
Você se reconhece em algum dos abaixo?
Se você…
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Você pode…
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Considere:
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Guarda cada peça de roupa que já possuiu
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Estar se agarrando ao passado através do valor sentimental de suas
peças
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Adotar a Proporção de Ouro do Guarda-Roupa: se livre de 2 ou 3 itens,
incluindo os que não servem, estão velhos ou fora de moda
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Só veste neutros, altamente desprovidos de acessórios
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Estar preso à rotina, muito confortável para dar uma sacudida, ou muito
temeroso de atrair muita atenção
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Se afastar do seu hábito em pequenos passos (fazer um caminho diferente
até o trabalho, adotar novos acessórios da estação) para trazer ao seu
cérebro uma sensação de animação
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Veste roupas grandes demais para seu corpo
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Enxergar seu corpo diferente do que outras pessoas vêem, ou como ele já
foi um dia
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Levar uma amiga honesta às compras para descobrir o que fica bem em
você , ignorando tamanhos e se acostumando a usar roupas que realmente servem
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Já foi acusada de se vestir inapropriadamente ou sexy demais
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Considerar o mesmo traje apropriado para todas as ocasiões (por
exemplo, sair à noite e churrasco de família), ou estar procurando o tipo
errado de atenção
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Pensar na imagem que você quer projetar em situações específicas (no
trabalho, na cidade) e escolher os trajes baseados em dicas dos que estão ao
seu redor
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Se veste de maneira muito jovem ou muito antiquada para sua idade
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Estar tentando expressar com que idade se sente, mas sendo pega entre
sua idade real e sua idade interna
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Se armar de roupas que ajudem a atingir seus objetivos (como conseguir
uma promoção, conhecer um pretendente, viajar o mundo), ao invés de uma
determinada idade
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Está sempre com suas roupas de trabalho
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Se valorizar primeiramente por seu trabalho e conquistas profissionais
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Reconhecer seus talentos fora de seu trabalho (grande artista,
compassivo, divertido em festas, etc.)
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Se cobre de logos de marcas e designers
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Pensar que precisa mostrar riqueza para ser bem tratado pelos outros
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Usar peças que sirvam de “tela em branco” e apenas dar um toque com
logos para enfatizar que as pessoas te valorizam por mais que suas marcas
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Vive em seu “uniforme de mãe” de jeans e moletom
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Colocar as necessidades de sua família a frente das suas próprias
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Tirar mais tempo para você. Lembre-se: Quando mamãe não está feliz,
ninguém está
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