Foi Dolce & Gabbana colocar na passarela um modelo de bustiê nas tendências da estação, cropped mais saia lápis em conjuntinho estampado, que o mundinho da moda se alvoroçou pelo modelo de top que deixa qualquer mulher sexy num fechar de botões. A peça que desde sempre foi adotada pelas pin-ups, pode ser usada por todas, agora que é tendência.
Para não ser confundida com a moça do retrato no quarto de um jovem soldado, revele um pedaço de pele de cada vez. Se o modelo for curto, a calça ou saia devem ter a cintura alta, mesmo que for deixar um pouquinho da barriga à mostra; se for tomara-que-caia, cubra todo o resto; se for transparente, cuidado para não parecer ter esquecido de colocar a blusa ao sair de casa. Nesse caso, mais é mais. Pode inclusive exagerar na estampa.
Eu, mais uma vez atrasada, assisti Medianeras só ontem, mesmo tendo planejado por um ano todo. Primeiro durante a 35ª edição da Mostra Internacional de Cinema (neste exato momento está acontecendo a 36ª) e depois escrevendo em listas escritas à mão, no celular, no iPad... mesmo depois de ter o arquivo devidamente baixado no computador, levei um tempo e, só ontem, diante da chuva que me desencorajou a ir assistir a qualquer filme da mostra atual eu coloquei o bendito para rodar e... me apaixonei.
Uma das coisas que provavelmente me fez não ter tanta pressa de assisti-lo foi a sinopse que o descrevia como um filme que tratava do encontro entre dois solitários através da internet. Conferindo, eu diria que ele é muito mais a associação entre a vida da cidade e a nossa, as metáforas que são observadas na construções falando de nós mesmos. Se soubesse disso antes, teria ido ver o filme muito antes, mesmo que embaixo de chuva.
Trancrevi o primeiro trecho do filme que podia muito bem descrever São Paulo, tirando que no filme eles citam a crise argentina, que não é bem o nosso caso. De resto, a história podia perfeitamente falar sobre nós, paulistanos.
Buenos Aires
cresce descontrolada e imperfeita.
É uma cidade
superpovoada num país deserto.
Uma cidade onde
se erguem milhares e milhares de prédios...
sem nenhum
critério.
Ao lado de um
muito alto, tem um muito baixo.
Ao lado de um
racionalista, tem um irracional.
Ao lado de um em
estilo francês, tem um sem estilo.
Provavelmente
essas irregularidades nos refletem perfeitamente.
Irregularidades
estéticas e éticas.
Esses prédios, que
se sucedem sem lógica...
demonstram total
falta de planejamento.
Exatamente assim
é a nossa vida...
que construímos
sem saber como queremos que fique.
Vivemos como quem
está de passagem por Buenos Aires.
Somos criadores da
cultura do inquilino.
Prédios menores
para dar lugar a outros prédios, ainda menores.
Os apartamentos
se medem por cômodos...
vão daqueles
excepcionais,com sacada...
sala de
recreação, quarto de empregada e depósito...
até a quitinete,ou
"caixa de sapato".
Os prédios, como
muita coisa pensada pelos homens...
servem para
diferenciar uns dos outros.
Existe a frente e
existe o fundo.
Andares altos e
baixos.
Os privilegiados
são identificados pela letra A, às vezes B.
Quanto mais à
frente no alfabeto,pior o apartamento.
Vista e claridade
são promessas que poucas vezes se concretizam.
O que esperar de uma
cidade que dá as costas ao seu rio?
É certeza que as
separações e os divórcios...
a violência
familiar, o excesso de canais a cabo...
a falta de
comunicação, a falta de desejo...
a apatia, a
depressão, os suicídios...
as neuroses, os
ataques de pânico...
a obesidade, a
tensão muscular...
a insegurança, a
hipocondria...
o estresse e o
sedentarismo...
são culpa dos
arquitetos e incorporadores.
Esses males,
exceto o suicídio, todos me acometem.
Consegui terminar a última parte da semana de moda de NY. Se dá esse trabalho todo só olhar e escolher o que mais gosta, imagina produzir os desfiles. Se quiser ver a parte 1, tem aqui; e a parte dois, aqui.
Em breve, voltamos com a programação normal!
P.S. Victoria Beckham não sabe sorrir, mas faz vestidos como ninguém. Quero todos!
Eu sei que é ridículo ter demorado mais de um mês para postar a segunda parte dos meus preferidos, mas tenho sofrido de um certo azar tecnológico e como eu sou um ser passivo quanto a azares inexplicáveis, deixei as coisas se resolvendo aos poucos. Acho que agora tudo voltou à ordem e eu devo voltar a postar com mais frequência.
Explicações à parte, essa leva traz mais doze dos estilistas de NY que eu sempre gosto, e ainda faltam alguns pra eu finalmente partir para Milão, Londres, Paris. É engraçado colocar assim minhas preferências organizadas, porque eu sempre acabo me dando conta de um detalhe que inconscientemente me chama a atenção, as cores que sempre puxam meu olhar. Proponho o exercício pra qualquer um que esteja disposto a repensar seu estilo pessoal, que é o primeiro passo pra dar um up nos looks, no guarda-roupa.
Preto é modesto e arrogante ao mesmo tempo. Preto é preguiça e calma - mas misterioso. Mas, acima de tudo, preto diz: 'Eu não te incomodo - não me incomode'. YOHJI YAMAMOTO
Amanhã o meu bloguinho faz um ano. Começar a trabalhar nele
em pleno feriado, hoje eu percebo, é muito significativo. Ele é o que eu faço
por prazer, ainda que eu considere um tipo de trabalho. Eu espero que esse tipo
se torne TODO o trabalho que eu tenha, aos poucos, daqui para frente. Mesmo que
ao começar eu não tivesse ideia de que isso fosse possível, um ano só depois,
ele já transformou minha rotina completamente e de uma maneira positiva. Com a
minha conta bancária aconteceu o contrário, mas quando eu lembro disso, procuro
uma visão de longo prazo, que nunca foi minha especialidade (mais uma coisa que
o MRB me ensinou).
Quando eu comecei a escrever aqui, minha ideia era falar
sobre estilo pessoal e moda, quando fosse conveniente. Não consigo ser muito
impessoal nos meus textos e, provavelmente por isso, acabei falando de coisas
que não têm nada a ver com moda, mas têm a ver com gente, que no fim das
contas, é meu assunto favorito. Apesar de tentar não falar muito de mim mesma e
fazer questão de não me expor além do necessário, muito do que eu coloco em discussão tem relação,
se não com os meus próprios conflitos, com os de pessoas que me rodeiam e que
por isso começam a me “incomodar”.
Eu gosto do resultado, apesar de continuar avaliando qual
caminho ele deve seguir. Mas como tudo na minha vida, isso eu também encaro com
a máxima flexibilidade. A coisa mais valiosa aprendida nesses 366 dias foi, com
absoluta certeza, que é possível fazer as coisas de um jeito absolutamente meu
e ter um retorno positivo. O jeito pode e vai continuar mudando, nada mais EU.
Eu acho meio constrangedor falar isso, porque soa um pouco
presunçoso pensar que alguém de fato pega um tempo dentro do seu dia para vir
até aqui me ler, mas eu não poderia não agradecer quem já fez isso. Eu sei de
gente que me conhecia pessoalmente e que não fazia ideia de como eu pensava, de
gente que mora longe e se sente mais perto me lendo e também comecei a ter
contato com gente que eu quero muito conhecer pessoalmente, por causa do blog. Queria
agradecer em especial à Liliane Ferrari
que foi a primeira pessoa que me fez um elogio sobre o MRB – e o fato de eu já
admirá-la MUITO na época, fez daquele dia um desses muito especiais – e à Julia Petit, que colocou o Money
Rubber Band nos favoritos do site dela <3.
Você encontra o sapato dos seus sonhos por um preço que pode pagar, só que ele não é exatamente do seu tamanho. Mas você compra, com pena de deixar o bonitinho na loja, ou com inveja da mulher que possa encontrá-lo ali e levá-lo pra casa... Quem nunca?
Mulher é mestre em fazer isso, mas prometa a si mesma que (se você já fez a bobagem) nunca mais o fará. Não vale a pena! Sapato apertado, que fica machucando, pode até mudar seu humor, e não há sapato lindo que vá compensar sua cara de poucos amigos. Sapato grande é esquisito, parece que foi pego de outra pessoa e pode até ser perigoso, provocar uma queda, uma torção no tornozelo.
Respire fundo, se conforme e espere a próxima oportunidade.