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Saiu um artigo essa semana, no site Fashionista, sobre o movimento Slow Fashion. É importante perceber a diferença dele em relação às coleções "verdes" que, por fim, também estimulam o consumo, mas de materiais supostamente mais sustentáveis. Quando se fala em sustentabilidade, é preciso ir além do uso do algodão orgânico, da fibra de bambu. Um bom exemplo são as sacolas ecológicas. O que há de ecológico em comprar novas sacolas lindas, da suas marcas preferidas, embaladas em quilos de papel de presente que viram lixo (na melhor das hipóteses, reciclável)? E pior, esquecer elas em casa na hora de fazer as compras?
Saiu um artigo essa semana, no site Fashionista, sobre o movimento Slow Fashion. É importante perceber a diferença dele em relação às coleções "verdes" que, por fim, também estimulam o consumo, mas de materiais supostamente mais sustentáveis. Quando se fala em sustentabilidade, é preciso ir além do uso do algodão orgânico, da fibra de bambu. Um bom exemplo são as sacolas ecológicas. O que há de ecológico em comprar novas sacolas lindas, da suas marcas preferidas, embaladas em quilos de papel de presente que viram lixo (na melhor das hipóteses, reciclável)? E pior, esquecer elas em casa na hora de fazer as compras?
Sustentabilidade é antes de tudo um estilo de vida, que só é verdade se existir coerência nos menores detalhes. É onde você escolhe morar, comprar, comer; como você decide se locomover, passar suas férias. Transportar o exemplo para nossa realidade, em termos de roupas depende, além de tudo, de qualificar mão de obra, incentivar a indústria a ser mais limpa.
O SSE,Ser Sustentável com Estilo, da Chiara Gadaleta, faz um ótimo trabalho em informar e desenvolver o tema aqui no Brasil. No SP Ecoera, evento que ela promoveu esse ano para discutir assuntos relacionados, me chamou a atenção o trabalho da Lunelli, uma tecelagem de SC que pratica a sustentabilidade na sua produção, que você também pode conhecer nesse vídeo.
O texto é compridinho, mas é super válido para se familiarizar com o movimento.
Dezembro é um mês importante para a moda e a indústria
varejista, não apenas por causa do barulhinho da caixa registadora que vem com
as vendas de fim de ano. Você pode não saber, mas dezembro é também o mês do
'Made in America'.
Iniciado em 1985, com Ronald Reagan, o mês do 'Made in
America' tem como objetivo incentivar os consumidores a comprar itens
produzidos localmente nos Estados Unidos. A terceirização da produção no exterior,
onde o trabalho é em grande parte mais barato, não só contribui para a taxa de
desemprego do país e o encolhimento da indústria do vestuário, mas também ajuda
a manter fábricas no exterior e fábricas com condições de trabalho injustas no
negócio. Desnecessário dizer que o movimento 'Made in America' é mais importante
do que nunca, pelo menos porque ele ajuda a dar lugar a um movimento ainda
maior e mais amplo de espírito: o slow fashion.
"Slow Fashion", termo cunhado em 2008 pelo
consultor de design sustentável Kate Fletcher, descreve uma abordagem para moda
e vestuário que está decididamente em desacordo com o ciclo de fast fashion
(cada vez mais rápido).
"Slow Fashion engloba moda sustentável, mas é preciso
uma visão mais ampla do que apenas apoio a camisetas orgânicas", disse
Elizabeth Cline, autora de Overdressed: O custo surpreendentemente alto da moda
barata.
"É sobre o consumidor tomar conhecimento de todo o
processo, desde o projeto até a produçã, do uso ao potencial de
reutilização," disse Clark Hazel, d departamento de pesquisa de moda na
Parsons.
"O problema com algo como moda verde [ou outros
movimentos]", Clark continuou, "é que ainda é muito focada no consumo
do item, enquanto o slow fashion aborda todo o ciclo."
E é isso: os movimentos de conscientização de consumidores
anteriores ainda incentivavam a taxa de consumo louco nos EUA (ver:
novo programa de reciclagem / campanha de marketing gênio H&M)-uma taxa
que não é simplesmente sustentável para o nosso planeta. É aí que vem o slow
fashion: Muito parecido com o movimento slow food, o slow fashion encoraja os
consumidores a serem mais conscientes sobre os produtos que consomem e,
finalmente, para consumir menos completamente.
"Slow Fashion também significa comprar menos, cuidar do
que você possui para que não acabe em um aterro sanitário, em algum mercado de
troca ou comércio de roupas usadas", disse Cline.
Para os amantes da moda, o
movimento lento pode soar como uma espécie de desmancha prazeres (quer dizer
que não gosta de comprar muitas e muitas coisas novas?), mas na verdade é
exatamente o oposto. Não se trata de negligenciar as roupas e a moda e sim de
valorizá-los em um nível mais profundo.
"O Slow Fashion aborda a
relação que os seres humanos têm com suas roupas e que pode realmente ser muito
positiva - a roupa certa em um dia frio, por exemplo, ou a forma como nos
apegamos a certas coisas em nosso guarda-roupa, alguns itens com os quais
queremos ficar", disse Clark.
"É sobre a reconexão com
nossas roupas, em vez de vê-las como tendências rápidas ou itens
descartáveis", disse Cline. "Trata-se de entrar em contato com o
prazer de comprar uma roupa bem-feita, com um design atemporal, sendo capaz de
reconhecer a qualidade, reparo e cuidar de seu guarda-roupa adequadamente."
Convencer consumidores a
comprar menos parece não combinar com a concepção de uma linha de moda, mas, na
verdade, existe um grupo crescente de designers que estão fazendo exatamente
isso.
"Alguns designers estão
fazendo algumas coisas muito interessantes ... fazendo roupas não vinculadas a
uma estação, com tecidos lindos e pensando além do ciclo de moda de três
semanas da Forever 21", disse Clark.
Leia mais sobre 10 marcas que
abraçaram o slow fashion, e estão fazendo isso bem.
Dri,
ResponderExcluireu ando quebrando a cabeça para tentar achar um novo modo de encaixar a "nossa indústria" nesse novo ambiente.
Ficou difícil pra mim continuar desenvolvendo coleção depois que eu percebi que só me interessava adquirir 3 ou 4 peças massas por estação. Perdeu o sentido imaginar o consumidor que compra trezentas blusinhas de R$29,90 sendo que no meu armário elas entram 1 vez por ano.
Que cara é esse, né?!
Falo isso todos os dias em sala de aula, sobre o consumo e que cabe aos agora estudantes pensar em como o estilista vai atuar nesse cenário.
Gosto muito do Ser Sustentável, mas não conseguia nunca entender como que eu posso consumir verde se eu continuava comprando as blusas produzidas na China. Depois dessa reflexão comecei a ler sobre a como o consumo conversa principalmente com as mulheres. Sempre de forma muito cruel. Nunca é o suficiente.
Amei! Vamos conversar mais sobre??
=)