Conselho bom é conselho que se aplica a mais de uma área da
vida, que resolve problemas variados, dependendo do ouvinte, do momento. Moda
segue o mesmo princípio, penso eu, porque é uma variável da vida nossa de cada
dia. Nem tão fútil, nem tão importante. Tem dia que é a maior bobagem, que só serve
para atrapalhar sua vida prática. Nesses, ignore-a, com gosto (bom, a gente
sempre prefere). Em outros, ela pode te salvar, de verdade. Você vai acordar
sabendo quando vai ser fútil ou quando vai ser salvação? Provavelmente não.
Discernimento é dessas coisas que sempre foram raras.
Um conselho bom para todos os dias é ter um olhar novo.
Sobre tudo. As tarefas diárias, as pessoas à sua volta, aos objetos que já lhe
pertencem. E aí se incluem também as roupas. Olhar uma coisa que já está
incorporada à rotina diária como se fosse a primeira vez pode fazer você
descobrir um fato novo sobre alguma coisa que sempre esteve ali, tão perto e
acessível. Eu vou dar um exemplo que envolva moda, você se encarregue de pensar
nas outras possibilidades, por favor.
Aquela história manjada de ter o guarda-roupa abarrotado e
sentir que não tem nada para vestir. Quem nunca? Pouco provável, mas pode ser
até que você tenha razão e que tudo que está ali ou não seja mais a sua cara,
ou não esteja mais em condição de uso. O que de fato deve estar acontecendo é
que você só enxerga cada peça de um jeito, um que não te serve mais de alguma
maneira.
A solução é: ação, em ambos os casos. Tirar tudo do lugar
onde está e começar a olhar cada peça como se ela estivesse na loja. Para ter
resultados melhores, pense nelas como pedaços de tecido, com cor e forma. E
esqueça as combinações que você está acostumada a usar com elas. Já reparou
como a gente tende a usar aquela calça sempre com aquela blusa e aquele sapato?
Pois, é isso que vai ter que mudar.
Além de imaginar combinações novas, imagine usos diferentes.
Um vestido não precisa ser sempre o mesmo vestido. Ele pode ser usado por cima
de outro vestido, por baixo de uma camisa fazendo as vezes de saia, mudar de
comprimento com um cinto prendendo em alguma altura. Infinitas possibilidades,
principalmente nessa época do ano, entre a meia-estação e o frio.
No meio da (des)arrumação, você vai se deparar com aqueles
itens que você amou um dia, mas que precisam ir embora. Roupa velha só pra
dormir, e olhe lá. É melhor doar para não ter a tentação de sair com aquele
suéter todo puído que você ama porque usou quando conheceu o namorado, por
exemplo. Os sapatos merecem um olhar cuidadoso, alguns de muito boa qualidade e
procedência talvez mereçam uma ida ao sapateiro (eles fazem milagres e eu rezo
sempre que eu penso nas minhas botas mais caras que essa profissão nunca acabe).
Na verdade têm roupas que também podem voltar bem melhor de uma reforma.
Assim, você acaba com duas pilhas de roupa (acessórios
também): as que ficam e as que vão. Não separe e guarde em um canto da casa. Doe,
e rápido. Alguém vai fazer melhor proveito e você vai tirar energia estagnada de
perto. Com as que ficaram, hora de se inspirar no meu primeiro desafio ou no segundo
e começar a usar suas roupas de um jeito diferente.
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