domingo, 25 de dezembro de 2011

WE NEED TO TALK ABOUT PARIS

Acho que a primeira coisa que eu devo dizer é: eu não gosto de Paris.

Pode parecer blasé, tanto quanto eles mesmos, mas é verdade. Paris pra mim é over rated e eu vou me justificar. A primeira impressão é a que fica (eu tendo a concordar com essa frase) e chegar à cidade e logo pegar um táxi pode ser uma experiência traumatizante. Se eu tivesse que escolher agora, talvez eu tivesse pego logo o metrô... podia ter mudado a experiência toda. Taxistas parisienses são, como reza a lenda, bastante rudes. Ainda que NY sofra do mesmo mal, a diferença, pra mim, é que Paris sofre de quase todos os outros que as outras cidades grandes têm.

Passado o trauma do taxista, o problema com a língua. É claro que chegar a um lugar onde não se domina o idioma faz uma grande diferença. Um sentimento de apreensão toda vez que você sabe que terá que se comunicar, nada agradável. Mesmo assim, o problema maior é a reação do interlocutor. Se você tenta falar francês, eles fazem uma cara de que você não chegou lá (no caso, a perfeição da pronúncia) e se você se dirige em inglês a cara feia é por não estar falando a língua deles. Difícil encontrar um meio termo.

Não é culpa dos parisienses e talvez o mau humor deles seja consequência exatamente disso, mas o fato de ser uma cidade tão turística faz Paris ser um pouco chata. Eu me incluo nesse grupo, claro que eu sei, e muitas vezes eu quis não conhecer pontos turísticos só pra não fazer parte da massa irritante. Aliás, se tem um motivo pra eu voltar é esse. Ir a Paris e não ir à Torre Eiffel, ao Louvre, a Notre-Dame.

E o que pra mim é mais grave: a parca noção de higiene. A cidade é meio suja e parece justificável quando você observa os hábitos de higiene de cada um. Lavar a mão é coisa rara de se ver num banheiro após o uso. Tocar a comida com a mesma mão que pega o dinheiro? Normal! Catar as excreções do seu fiel companheiro das ruas? Huuuum... Acho que não. Andar com a baguete que vai fazer parte da sua próxima refeição tocando os cantos e as pessoas dentro do metrô... algum problema?

Sei lá. Fiquei um pouco irritada em Paris (que Deus me perdoe). Pode ter sido também culpa do clima, que não ajudou; de um ou outro imprevisto... também não é como se eu tivesse passado uma semana horrível e não tivesse nada de bom a dizer sobre Paris (eu tenho e vou fazer isso no próximo post), mas eu queria defender meu ponto, sobre por que não gostar de Paris.

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