quarta-feira, 8 de junho de 2016

:: ECONOMIA COMPARTILHADA - COMO É A EXPERIÊNCIA? ::


Você já deve pelo menos ter ouvido este termo nos últimos tempos. "Foi em meio a crise de 2008 que, segundo o colunista do New York Times, Thomas Friedman, tanto a mãe natureza quanto o mercado chegaram a um limite e declararam que o modelo hiper consumista em vigência não era mais sustentável. Alguns fatores chave conduziram esse novo modelo econômico: as preocupações ambientais, a recessão global, as tecnologias e redes sociais e a redefinição do sentido de comunidade." Este último trecho, retirado do site Consumo Colaborativo resume bem de onde vem, como se dissemina e por que faz tanto sentido nós pensarmos em consumir de maneira mais inteligente e usarmos das diversas ferramentas disponíveis para:

- gastar menos dinheiro
- ocupar menos espaço privado
- desperdiçar menos recursos naturais
- nos conectar mais com as pessoas, visando um objetivo comum

As 3 primeiras razões que justificam a economia colaborativa são super legais, mas tem material suficiente na rede (que vale a pena ler e reler, diga-se de passagem), mas eu vim aqui escrever sobre a minha própria experiência. Eu diria que o meu primeiro contato com esse pensamento nem foi através dos artigos sorbe o assunto, mas numa viagem em que escolhi usar uma hospedagem alternativa, o hoje mais que famoso Airbnb.

Já fazia parte do meu jeitinho de viajar dar preferência a ficar num quarto/sofá de conhecido ou hostel, ao invés de usar os serviços sempre impessoais dos hotéis, mas foi no final de 2011 que pela primeira vez eu paguei pelo apartamento de um total desconhecido durante alguns dias em Paris. Na ocasião, eu e minhas duas irmãs alugamos o espaço todo e não tivemos nenhum contato com o proprietário, mas mesmo assim já é possível ter um gostinho de como é um autêntico apartamento de uma determinada cidade. Você vê quais as dimensões do lugar, a que cômodos as pessoas dão mais atenção, que tipo de louça elas usam e em muitos casos até quais marcas de comida e bebida elas consomem (é muito comum que o apartamento esteja abastecido com o básico no momento em que você chega). 

De lá pra cá, eu já fiz cadastro em outros diferentes serviços: aluguel de carro de empresa por hora, aluguel de carro particular, site de compra e venda de roupas e objetos usados, aplicativo de carona, site que oferece jantares fechados em casa... Na maioria deles, eu entro como a pessoa que paga pelo uso do bem; apenas no último (no meu caso, o Eatwith) eu já tive a experiência de oferecer o serviço, mas o que eu posso dizer que todos eles me trouxeram de positivo foi: a volta do senso de comunidade e, de quebra, da fé na humanidade. Quando você se dispõe a participar destes grupos acontece uma coisa engraçada: você se vê repensando seu papel no mundo como colaborador e como consumidor, e cada uma dessas experiências reforça esse sentido de fazer parte de um sistema formado, acima de tudo, por pessoas. 



A primeira atitude para tornar possível essa modalidade de economia é CONFIAR. Tem que acreditar que as fotos de um anúncio estão de acordo com a realidade, que a pessoa do outro lado não usou de má fé, tem que acreditar que os convidados serão educados, etc. A segunda atitude é ser DIGNO DE CONFIANÇA. Tem que cobrar um preço justo pelo que se oferece, ser educado e deixar o local limpo ao sair, cuidar direito do bem do outro e fazer tudo conforme o combinado. Cumprir horários, ser gentil, e tudo o mais que nós já deveríamos fazer no dia-a-dia, mas acabamos algumas vezes não fazendo porque, no processo de mercantilização da vida, nós nos afastamos como seres humanos.

É por isso que eu vejo a crise com bons olhos. O processo é duro e eu torço para que cada indivíduo sacrificado pela situação financeira ruim ache um bom caminho para si mesmo, e que ele seja melhor que o anterior. Mas se ela servir para nós, como sociedade, nos reorganizarmos com  mais humanidade, eu acho que vale toda a pena. Eu olho em volta e para mim é tão claro que o desenvolvimento econômico e toda a acumulação não trouxe felicidade que eu só espero que cada vez mais gente experimente compartilhar. 

Segue uma lista de alguns aplicativos/sites/ferramentas que eu já usei e recomendo. Se você tiver sugestões, eu vou querer saber, experimentar e comentar sobre ;)

Airbnb – aluguel de quartos e apartamentos por temporada

Blablacar - aplicativo de carona inter-cidades

Couchsurfing – “empréstimo” de lugar para dormir

Eatwith – eventos gastronômicos em residências particulares

Enjoei – site de compra e venda de roupas, acessórios e objetos de casa

Fleety – aluguel de carros de pessoas físicas por hora, dia ou semana

Uberpool - carona dento da cidade (opção dentro do aplicativo)

Zazcar – aluguel de carro da empresa por hora

quarta-feira, 1 de junho de 2016

:: BIG FUÉN E COMO ISSO AFETA TUDO POR AQUI ::


O motivo pelo qual eu acabei passando mais tempo sem escrever por aqui do que eu gostaria é esse, um big fuén na vida pessoal. Mentira, nem foi tão big assim. Foi médio. Mas teve seus efeitos.
Para explicar do que se trata, eu preciso voltar ao início.

Uma das (big) motivações que eu tinha para a redução de todos os itens que fazem parte da minha vida, ultimamente, era a possibilidade de nos mudar para um apartamento em formato de loft. Espaço grande, poucas divisórias, nenhum mobiliário capaz de esconder bagunças.

Era uma negociação, mas na nossa cabeça (minha e do esposo) era um sonho que já tinha tomado proporções enormes. Fotos no celular, projetos esboçados no computador, orçamentos de obras e pesquisas mil de como transformar aquele imóvel um pouco esquisito exatamente no que a gente ama.

Para caber naquele sonho, a gente foi se preparando psicologicamente para enxugar os excessos. Ao invés de gastar dinheiro com armários, a decisão foi ter o que realmente nós usamos. De uma maneira geral, foi um processo sem muita dor. O fato de nós sermos tão adeptos da economia colaborativa faz tudo ser mais fácil, já que nós não só acreditamos como nós sabemos que qualquer coisa que uma pessoa precise eventualmente, é encontrável em algum aplicativo que temos à disposição atualmente.

Resultado: fizemos toda a preparação. Alex andou lendo e vendo vídeos dos movimentos minimalistas e comentou comigo; eu li o livro da Marie Kondo, descobri mais sobre os guarda-roupas cápsula e também discuti com ele; trocamos informações sobre o que, afinal, seria indispensável. E no fim, nada de contrato assinado, desistimos do imóvel, voltamos à programação normal.

O que ficou disso foi muito positivo, apesar daquele gosto amargo nos primeiros dias. Eu já tinha me livrado dos excessos do guarda-roupa, ele também; continuamos a redução aqui em casa pela cozinha, banheiro, lavanderia e sala de estar. Nos conformamos em ficar mais um tempo no apartamento antigo e, não é que com a limpeza toda, o lugar ficou muito mais amável?

Com as roupas, a sensação foi parecida. Não tive tempo de contar as peças que ficaram. Tem uma certa dificuldade nessa logística de roupas para lavar, para secar, para guardar, que eu ainda não me dei ao trabalho. Pelas minhas contas, entre sapatos e peças de roupa, eu tenho em torno de 70, 80 itens agora, e aí como faltam mais ou menos uns dois meses para eu fazer uma viagem grande, eu fiz um pacto comigo: sem compras até lá e apenas aquisições que já estão em uma lista e pequenas substituições das peças que já viveram dias melhores.

Na prática, a vida com menos é mais fácil mesmo. A quantidade menor faz com que você não tenha muitas escolhas, só use o que gosta mais e seja obrigado a manter tudo limpo para poder usar da próxima vez. Essa sensação que eu vivencio diariamente de que não tem excessos também acaba trazendo mais atenção no dia-a-dia. O prato, que agora é aquele que geralmente a gente usava com as visitas, tem que ser manuseado com cuidado para não quebrar. A calça precisa ficar bem lavada, sob o risco de não ter o que vestir caso o tempo continue frio. E assim por diante.

* PS: Eu ainda quero falar mais sobre esses aplicativos ligados à economia colaborativa que eu mencionei. Aguardem, espero que seja logo!

segunda-feira, 16 de maio de 2016

:: A MÁGICA DO DESAPEGO ::

colors for overall site:

Eu sou uma acumuladora em negação.

Vira e mexe eu me proponho a arrumar os meus armários e acabo doando e jogando fora grandes quantidades de coisas. Quem olha de fora pensa que eu não tenho problemas em me desapegar, mas a frequência com que eu consigo jogar tantas coisas fora atesta: eu não sou desapegada, eu consumo muita porcaria! Na semana que passou, eu enchi uma mala de roupas e sapatos que eu não preciso nem quero mais ter no meu guarda-roupa. Levando em conta que eu já tinha feito uma limpa há mais ou menos um mês, foi muito. Acho que ainda dá pra enxugar mais.

Agora, o desafio do desapego é outro. Não se trata tanto de abrir mão das coisas que eu possuo, mas abrir mão da possibilidade de adquirir coisas novas (e muitas vezes baratas) quando eu tenho uma oportunidade. Abrir mão de entrar na Zara durante uma liquidação, por exemplo. Abrir mão de comprar um monte de coisas durante uma viagem, só porque eu não sei quando vou poder entrar nessa ou naquela loja de novo. Abrir mão do artifício do consumo quando um sentimento ou pensamento não tão bom aparecem.

"It's not a good deal if you don't need it." Illustrated by Becky Murphy || Camille Styles:

Esse processo de eliminar objetos e viver com menos tem muito a ver com viver o momento presente, não ficar tentando imaginar situações onde eu possa precisar de alguma coisa. Diz muito da confiança que eu tenho para lidar com uma situação nova quando ela chega e de quanta liberdade eu me permito ter. De quanto eu me sinto à vontade na minha própria pele e me deixo ser vista nela, com menos objetos que emprestam status ou qualquer imagem pré-concebida.

Como eu só funciono me desafiando, sob pressão, a lição de casa dessa semana é a seguinte: contar a quantidade de peças de roupas e sapatos que ficaram e usar esse número pra contar quantos dias eu devo ficar sem fazer novas compras.

Próximo passo: eliminar os objetos dos outros cômodos da casa.

terça-feira, 10 de maio de 2016

:: 2016 - O ANO DE FAZER MÁGICA ::


" 'cause you're the storm that I've been needing
            and all this peace has been deceiving
 I like the sweet life and the silence
but it's the storm that I believe in"
(You´re the Storm - The Cardigans)

2016 mal começou e já está no meio. Esse ano maluco, com todo tipo de crise, exatamente o caos que eu sempre prefiro para me transformar.

A ideia de voltar a escrever aqui vive me assombrando, mas falta um pouco de comprometimento, de motivos para tornar isso uma prioridade. Um dos motivos para eu sempre querer voltar é o quanto eu sei que o fato de me manter escrevendo ajuda a organizar o pensamento, ir mais a fundo em assuntos do meu interesse, pensar em alguns tópicos racionalmente.

Então, resolvi não esperar o caos passar para voltar a usar este espaço. Se é ele que me incomoda, é sobre ele que eu quero pensar. No começo da semana que passou eu comprei o livro sobre o qual eu já tinha ouvido tanto falar e que eu mesma me via citando sem ter lido. Tomei vergonha na cara, adquiri e li todinho em uns 3 dias.

Livro - A Mágica da Arrumação

Resolvi aderir, não só porque está na moda (os motivos eu vou listando nos próximos posts), mas porque depois que eu acessei o blog e percebi que os posts mais lidos são do Desafio de 2013 e que eu mesma ainda não terminei aquela tarefa com louvor, eu resolvi que tá na hora.

Quem ainda não leu o tal do livro, esta é a capa. Eu recomendo. Vou escrever mais sobre como estou lidando com o processo ao longo das semanas. ;)

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

As coisas nem mudaram tanto assim

Keeping Kids Entertained in the Car: 12 fun things to do with just pencil and paper:

Eu me prometi que ia voltar a usar esse espaço para escrever, mas ainda não voltei. Essa é a verdade. Mas continuo pensando com carinho nessa possibilidade.

Aí que, procurando inspiração para as outras atividades que me ocupam a vida (A.K.A liten landa e Atri), eu encontrei um arquivo de word interminado, que deveria ter sido postado aqui, mas ficou os últimos 38 meses perdido em alguma parte desse meu bagunçado HD.

Vou postar hoje, mesmo sem a devida conclusão, porque no fim das contas, acho que não tinha terminado o texto porque não tinha concluído o pensamento, mas a verdade é que ele segue em aberto. E talvez seja assim, sempre.

"Às vezes quando eu analiso as coisas sobre as quais eu gosto de pensar, porque eu considero importantes, a primeira impressão que eu tenho é que são assuntos tão conflitantes que eu não vou conseguir chegar à conclusão alguma, e invariavelmente isso me causa uma ansiedade. Há algum tempo, no entanto, eu tenho conseguido achar a lógica que faz a ligação entre minha fascinação por moda e minha aversão ao consumismo exagerado.

Com as recentes críticas ao mercado de blogs de moda, eu pude perceber a preocupação de um número até grande de pessoas, mesmo longe de ser a maioria, sobre o crescente incentivo ao consumo baseado nas inseguranças femininas e ainda mais na ética das pessoas, físicas e jurídicas, que baseiam nisso seus lucros. Não gosto do termo blogueira, e de fato, não tornei o ato de escrever numa plataforma que se chama Blogger minha fonte de renda, mas foi nesse exercício diário de só falar sobre o que eu acredito que eu entendi que não há contradição entre analisar (e amar) moda e desejar uma sociedade menos consumista.

Quando eu me proponho esses pequenos desafios, sobre os quais eu escrevo aqui no MRB, o que eu tento é dar uma motivação nova a um ato que pode cair tão facilmente na inércia, como é o de se vestir todos os dias. É através do compromisso de pensar sobre isso com seriedade que eu descubro mais sobre meus gostos, meus erros passados, e consequentemente minhas compras ficam mais conscientes e bem menos frequentes.

Sob a ação daquele fenômeno que faz o recente comprador de um carro azul passar a enxergar mais carros azuis do que nunca, eu vou me deparando com exemplos, relatos, artigos e até eventos que promovem esse tipo de pensamento e reflexão. Durante a Casa TPM, que aconteceu no último fim de semana, o tema de um dos debates foi: ‘Moda liberta ou escraviza?’ e uma das aspas mais legais, para citar uma que tenha diretamente a ver com moda, foi a do Ronaldo Fraga. Não acho que seja coincidência que tenha vindo de um dos poucos estilistas brasileiros que faz um trabalho autoral, coerente, reconhecível independente das tendências, através dos anos. Ele disse: “Eu não fico preso a tendências. Sempre existiu essa cartilha da moda. Isso facilita a vida de muita gente, dos lojistas, dos jornalistas e dos designers. Quem consegue se livrar da prisão da tendência consegue uma coisa que não vende na loja. Consegue virar seu próprio personagem. Quem rompe com a tendência marca um tempo”.

É nessa fala que fica clara a contradição que há entre o consumo desenfreado e o estilo pessoal. Que este último se alimente do fenômeno moda para se aperfeiçoar, se alimentar de mais referências, enriquecendo, é o ideal (e é no que eu acredito). O que acontece de verdade é que, em meio a tantas opções que nos são oferecidas, fica difícil se ater às poucas coisas que fariam de fato nosso estilo se desenvolver, melhorar, tomar um caminho que fale bem sobre a nossa personalidade. Sem muita auto-confiança, o caminho mais curto que a mulher de hoje encontra da vida real até a moda conceitual está nos blogs de moda. Ao invés de tirar proveito da democracia e da multiplicidade de estilos possíveis, o que se vê é um exército de seguidoras com uniformes “pré-aprovados” pelas autoras de looks do dia.


Não me espanta que existam leitoras que defendam suas autoras como se fossem da sua própria família e eu nem acho que elas sofram de algum tipo de retardo mental, como alguns gostam de concluir. Também não causa surpresa que o mercado esteja se utilizando dessa “nova mídia” para atrair consumidores. O que assusta, a mim, pelo menos, é a falta de crítica. 
Adriana Takeuchi, 08 de Agosto de 2012." 

quinta-feira, 23 de abril de 2015

8 MANEIRAS DE AMARRAR SEUS LENÇOS

Eu já fui do tipo que gosta mais de inverno do que de verão. Quer dizer, do tipo que ACHAVA que preferia frio, até conhecer invernos de verdade e perceber que os nossos 3 dias por ano abaixo de 10°C são muito legais, sim, mas uma vida sem raios de sol por muito tempo é triste!

Mas como eu moro no Brasil, quando chega Março/Abril, eu já cansei do meu guarda-roupa de verão e do trabalho que dá tentar evitar a pele brilhando. Hora de comemorar a chegada do nosso outono gostosinho, quando dá pra usar aquelas camisas bonitas sem suar e fazer charme com os lenços e suas estampas que não se acha em mais nenhum lugar do meu guarda-roupa.

Encontrei esse guia na newsletter da Fab e achei uma boa maneira de visualizar uns jeitos diferentes de amarração, para me motivar a alternar os estilos. Confesso que nem todos me agradam, mas não me abstenho de tentar, mesmo assim. Vamos ver?