- gastar menos dinheiro
- ocupar menos espaço privado
- desperdiçar menos recursos naturais
- nos conectar mais com as pessoas, visando um objetivo comum
As 3 primeiras razões que justificam a economia colaborativa são super legais, mas tem material suficiente na rede (que vale a pena ler e reler, diga-se de passagem), mas eu vim aqui escrever sobre a minha própria experiência. Eu diria que o meu primeiro contato com esse pensamento nem foi através dos artigos sorbe o assunto, mas numa viagem em que escolhi usar uma hospedagem alternativa, o hoje mais que famoso Airbnb.
Já fazia parte do meu jeitinho de viajar dar preferência a ficar num quarto/sofá de conhecido ou hostel, ao invés de usar os serviços sempre impessoais dos hotéis, mas foi no final de 2011 que pela primeira vez eu paguei pelo apartamento de um total desconhecido durante alguns dias em Paris. Na ocasião, eu e minhas duas irmãs alugamos o espaço todo e não tivemos nenhum contato com o proprietário, mas mesmo assim já é possível ter um gostinho de como é um autêntico apartamento de uma determinada cidade. Você vê quais as dimensões do lugar, a que cômodos as pessoas dão mais atenção, que tipo de louça elas usam e em muitos casos até quais marcas de comida e bebida elas consomem (é muito comum que o apartamento esteja abastecido com o básico no momento em que você chega).
De lá pra cá, eu já fiz cadastro em outros diferentes serviços: aluguel de carro de empresa por hora, aluguel de carro particular, site de compra e venda de roupas e objetos usados, aplicativo de carona, site que oferece jantares fechados em casa... Na maioria deles, eu entro como a pessoa que paga pelo uso do bem; apenas no último (no meu caso, o Eatwith) eu já tive a experiência de oferecer o serviço, mas o que eu posso dizer que todos eles me trouxeram de positivo foi: a volta do senso de comunidade e, de quebra, da fé na humanidade. Quando você se dispõe a participar destes grupos acontece uma coisa engraçada: você se vê repensando seu papel no mundo como colaborador e como consumidor, e cada uma dessas experiências reforça esse sentido de fazer parte de um sistema formado, acima de tudo, por pessoas.
A primeira atitude para tornar possível essa modalidade de economia é CONFIAR. Tem que acreditar que as fotos de um anúncio estão de acordo com a realidade, que a pessoa do outro lado não usou de má fé, tem que acreditar que os convidados serão educados, etc. A segunda atitude é ser DIGNO DE CONFIANÇA. Tem que cobrar um preço justo pelo que se oferece, ser educado e deixar o local limpo ao sair, cuidar direito do bem do outro e fazer tudo conforme o combinado. Cumprir horários, ser gentil, e tudo o mais que nós já deveríamos fazer no dia-a-dia, mas acabamos algumas vezes não fazendo porque, no processo de mercantilização da vida, nós nos afastamos como seres humanos.
É por isso que eu vejo a crise com bons olhos. O processo é duro e eu torço para que cada indivíduo sacrificado pela situação financeira ruim ache um bom caminho para si mesmo, e que ele seja melhor que o anterior. Mas se ela servir para nós, como sociedade, nos reorganizarmos com mais humanidade, eu acho que vale toda a pena. Eu olho em volta e para mim é tão claro que o desenvolvimento econômico e toda a acumulação não trouxe felicidade que eu só espero que cada vez mais gente experimente compartilhar.
Segue uma lista de alguns aplicativos/sites/ferramentas que eu já usei e recomendo. Se você tiver sugestões, eu vou querer saber, experimentar e comentar sobre ;)
Airbnb – aluguel de quartos e apartamentos por temporada
Blablacar - aplicativo de carona inter-cidades
Couchsurfing – “empréstimo” de lugar para dormir
Eatwith – eventos gastronômicos em residências particulares
Enjoei – site de compra e venda de roupas, acessórios e objetos de casa
Fleety – aluguel de carros de pessoas físicas por hora, dia ou semana
Uberpool - carona dento da cidade (opção dentro do aplicativo)
Zazcar – aluguel de carro da empresa por hora