sexta-feira, 31 de agosto de 2012

ANÉIS DE NOIVADO E O QUE ELES DIZEM POR TRÁS DO "QUER CASAR COMIGO?"



Ontem a Garance Doré postou no blog dela uma reflexão sobre as diferenças entre NY e Paris no que diz respeito ao anel de noivado e à importância que homens e mulheres de cada lugar dão a essa "entidade". Resumindo, ela descreveu como ela percebe a mulher francesa sendo mais "legal" com o namorado quando o assunto é casamento. Que na França bastaria um pedido simples e um relacionamento com amor para consumar o enlace, sem a exigência de um super anel, ao passo que novaiorquinas encaram essas jóias e festas como parte importante de suas vidas. Mesmo as mais rebeldes e supostamente desencanadas. Na equação, fatores como o lugar onde vão morar, o modo como é feito o pedido e o modelo do anel (atenção especial ao tamanho da pedra, é claro) definem a seriedade do pedido e condicionam o aceite.

Ela começa por defender o ponto de vista francês, mas logo condescende e atribui o contraste à diferença de cultura e conclui que, no fim, se trata de romance: American Way of Romance. Sendo que ela percebeu que não só as mulheres dão importância ao assunto e se confessa repensando a própria postura. O post termina com a Garance querendo saber das leitoras como elas se sentem sobre o tal do anel e como é isso no lugar de onde cada uma vem. Me parece que no Brasil a gente mistura um pouco desses dois mundos; a cerimônia ainda é bem valorizada, mas eu não vejo as mulheres exigindo diamantes gigantes. Ou talvez sejam só minhas amigas...

Mas o que me motivou a escrever sobre isso foi a vontade de citar um trecho do livro sobre o qual eu já escrevi aqui. No capítulo do 'Darwin vai às compras' que fala sobre a característica "afabilidade" ele conta sobre o fato histórico que alavancou o mercado dos anéis de noivado para exemplificar como ele é um sinalizador desse traço da personalidade. Leia e pense se isso faz sentido pra você. Para mim, condiz perfeitamente com o jeitinho americano de solucionar problemas da "civilização".

No micronível, muitos produtos prosperam porque são associados a personalidades e atividades afáveis. Desde a década de 1930, anéis de noivado com brilhantes constituem o principal símbolo das intenções românticas honrosas e, também, de afabilidade conjugal. As mulheres do início do século XX se depararam com o seguinte problema: declinavam os processos contra homens por danos financeiros advindos de uma quebra de compromisso matrimonial. Tornou-se extremamente comum elas serem seduzidas por psicopatas que prometiam o casamento e, então, abandonadas depois de eles se aproveitarem de sua virgindade durante o noivado. De Beers preencheu esse hiato de sinalização confiável com o lançamento do anel de brilhante, que recebeu uma propaganda pesada, com o slogan "Um diamante é para sempre". Os marqueteiros de diamantes recomendavam às mulheres pedirem que os homens gastassem dois meses de salário (ou aproximadamente a renda disponível de um ano) num anel, à guisa de sinal de seriedade do seu compromisso. Desde então, os anéis de noivado passaram a dominar a demanda por diamantes maiores de um quilate. Cada vez que os homens encontravam uma fonte mais barata de diamantes, as mulheres exigiam pedras maiores para manter a confiabilidade da sinalização. Hoje, noivos aspirantes debandam das joalherias a varejo para as lojas on-line, como a Blue Nile, que cobra 40% a menos por anéis de qualidade igual. Entretanto, as noivas, que normalmente escolhem pessoalmente o modelo preferido de anel na própria Blue Nile, ainda exigem do homem a regra dos dois meses de salário (o que resulta num preço médio de 6.400 dólares para um anel de noivado). A economia feita ao comprar on-line é convertida num diamante maior, e não resulta num custo inferior, opção que representaria sinal menos confiável de afabilidade.
Eu também vou terminar meu post com Beyoncé, porque é uma ilustrãção perfeita e uma coreografia que sempre vale a pena ver de novo.



quarta-feira, 29 de agosto de 2012

10 COISAS QUE HENRI CARTIER-BRESSON NOS ENSINOU SOBRE FOTOGRAFIA DE RUA

Traduzi o post do site de um fotógrafo porque acho que as dicas deveriam ser repassadas em português para serem seguidas por quem curte fotografar o dia-a-dia. Herdei a câmera antiga com a qual as minhas irmãs começaram a fotografar e tô nessas de fazer fotos mais pensadas. Você pode acessar o link do post original clicando no título.

10 COISAS QUE HENRI CARTIER-BRESSON NOS ENSINOU SOBRE FOTOGRAFIA DE RUA

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Me preparando para meu workshop de fotografia de rua que está chegando, em Los Angeles, San Francisco e Chicago, eu tenho dado uma boa pesquisada em Henri Cartier-Bresson, o Poderoso Chefão da fotografia de rua. O fotógrafo Bo Lorentzen, baseado em LA até me emprestou uma cópia do documentário de HCB, que foi muito inspirador no modo como ele abordava a fotografia de rua (assim como as filmagens dele fotografando nas ruas de Paris).
Ainda que minha abordagem atual em relação à fotografia de rua seja mais para Bruce Gilden que para Cartier-Bresson, HCB influenciou muito do meu trabalho passado e eu ainda respeito profundamente sua fotografia e filosofias. Espero que você possa aproveitar essas coisas das quais eu acredito que você possa aprender de Henri Cartier-Bresson sobre fotografia de rua. Continue lendo para se inspirar e aprenda mais.
1. Foco na Geometria

Se você olhar para o trabalho de Henri, ele aplicava geometria às suas imagens poeticamente. Se olhar a composição de suas imagens, ele integrava linhas verticais, horizontais e diagonais, curvas, sombras, triângulos, círculos e quadrados, a seu favor. Henri Cartier-Bresson prestava também particular atenção às molduras.
Não veja o mundo apenas como ele é, busque também formas e geometrias que aconteçam naturalmente. Abra sua mente e descubra diferentes elementos em seu ambiente. Procure linhas que levem ao seu objeto ou quadrados que enquadrem sua imagem.  Se torne poético com suas imagens e integre atores e palcos interessantes quando estiver lá fora fotografando.
2. Seja Paciente

Quando Henri Cartier-Bresson falava sobre "O Momento Decisivo" ele dizia que algumas vezes ele era espontâneo, mas em outras ele tinha que esperar por ele pacientemente. Independente disso, ele era muito metódico quando saía para fotografar, e só mantia suas imagens se todos os elementos (pessoas, fundo, enquadramento e composição) estivessem perfeitos.
 Quando estiver na rua fotografando e vir cenas fascinantes, espere que a pessoa certa passe e assim complete sua imagem. Mesmo que você não queira acampar por horas esperando para que o momento certo ocorra, pratique um pouco a paciência. Nem sempre você precisa correr atrás das oportunidades a serem fotografadas. Permita que elas cheguem até você.
3. Viaje
HenriCartier-Bresson
Henri cartier-Bresson viajava o mundo e fotografava em lugares como Índia, toda a Europa, os Estados Unidos, China, assim como a África. Quando viajava, ele era capaz de capturar uma fatia diferente da vida e aprender mais sobre as pessoas do local, com quem estava. Por exemplo, quando ele estava fotografando a Índia - ele ficou lá por cerca de um ano e ficou imerso naquela cultura.

Apesar de ser ótimo clicar fotografia de rua no seu próprio quintal, é bom viajar sempre que possível. Explore diferentes países e culturas e isso ajudará a inspirar sua fotografia e a abrir seus olhos.

4. Se atenha a uma lente

Ainda que HCB fotografasse com uma variedade de lentes durante seu trabalho para a Magnum, ele usava somente uma 50mm se estivesse fotografando para ele mesmo. Sendo fiel àquela lente por décadas, a câmera realmente se tornou "uma extensão de seus olhos".

Aplique a mesma mentalidade quando for sair para fotografar. Eu encorajo as pessoas a usarem diferentes lentes focais para ver o mundo de uma forma diferente e experimentar - mas se ater a uma só, por fim, ajudará a solidificar sua visão artística. Você será capaz de ver linhas naturais de enquadramento na sua vida diária e saberá exatamente como suas fotos ficarão quando clicadas de certos ângulos e distâncias.
5. Tire fotos de crianças
Uma das minhas fotos favoritas de Henri Cartier-Bresson é a desse garoto carregando duas garrafas de vinho debaixo dos braços, com o sorriso triunfante de um campeão. A primeira vez que vi a imagem, ela me arrebatou o coração ao me lembrar da minha própria infância. Henri era um mestre em tirar fotos de crianças em seu natural estilo lúdico, criando imagens que transmitem uma nostalgia bonita aos seus espectadores.

Hoje em dia é incrivelmente difícil fotografar crianças (toda essa histeria nos noticiários sobre pedofilia e raptos). Contudo, crianças são ótimos objetos a se fotografar quando se trata de fotografia de rua. Em minha experiência eu notei que elas não se importam de estar na frente das câmeras, e com frequência a ignoram. Assim você é capaz de captar sua essência verdadeira: brincalhona, curiosa e muitas vezes maliciosa.
6. Seja discreto
Quando Cartier-Bresson  ia fotografar nas ruas, ele era tão prudente e discreto quanto pudesse. Eu li que ele cobria sua Leica com fita preta e às vezes até com um lenço para fazê-la menos notável enquanto fotografava. Na maioria das imagens que ele capturou, seus objetos esqueciam da câmera e assim eram realmente sinceros.

 Se você quer fotografar da mesma forma, use roupas que se misturem ao cenário e trabalhe de forma rápida sem hesitar. Se você vir vídeos de Henri Cartier-Bresson fotografando poderá perceber que ele tem a destreza de um felino, é muito rápido e ágil. Se você vir uma cena que queira capturar, traga a câmera rapidamente para o olho e se mova antes que qualquer um o perceba.
7. Enxergue o mundo como um pintor


Antes de Henri começar na fotografia, ele tinha interesse mesmo em pintar. Uma vez que HCB descobriu a fotografia, ele aplicou a mesma estética da pintura clássica em suas imagens. Para Henri, a composição era extremamente essencial e suas imagens refletem as dos pintores românticos anteriores a ele. O mais interessante é que quando bem mais velho, ele renunciou à fotografia e focou o resto de sua vida no desenho. Você pode conferir sua entrevista aqui.

A fim de se tornar um fotógrafo de rua melhor, estude o trabalho de pintores. Veja como se utilizam de enquadramentos, composições, pessoas e cenas. Um pintor que eu acho absolutamente fascinante é Edward Hopper, que foi essencialmente um fotógrafo de rua armado com pincéis. Não limite sua inspiração a livros de fotografia, explore outras formas de artes clássica, moderna, surreal e abstrata, também.

8. Não corte

Cartier-Bresson era veementemente contra o cropping. Ele acreditava que sempre que você tira uma foto, ele deve ser feito na câmera. Se o enquadramento ou composição ficassem um pouco fora, ele desconsiderava a imagem.

Ainda que minha filosofia pessoal seja um pouco mais solta em relação ao corte, eu ainda acredito que é melhor se você alcançar a sua fotografia de rua sem cortar. Se você cortar muito frequentemente, acaba se tornando muito preguiçoso com o enquadramento quando está realmente clicando, o que vai embaçar sua visão fotográfica. 
9. Não se preocupe com o processamento
Por mais que Henri soubesse como processar e revelar seus próprios filmes, ele nunca o fez sozinho. Ele saía, fotografava e mandava suas fotos para pessoas em quem confiava, que as revelava para ele. Isso deu a ele uma enorme vantagem porque permitiu que passasse menos tempo na sala escura e mais tempo fotografando.

Nessa era moderna e digital, fotógrafos estão preocupados demais em pós-processamento. Se você realmente não souber nada sobre o assunto, compre uma cópia do Lightroom 3 e baixe minhas predefinições de fotografia de rua. Mesmo que eu goste de pós-processar minhas imagem RAW para preto e branco, passar tempo demais no pós-processamento vai te atrapalhar. Se você tirar uma foto ruim, não há Photoshop que a fará melhor.
10. Sempre brigue por mais
Henri Cartier-Bresson unca teve grande apego emocional às suas imagens. No documentário dele que assisti, eles tentaram surpreendê-lo ao imprimir e mostrar a ele todos os seus trabalhos anteriores e clássicos nas paredes da galeria onde o entrevistaram. Entretanto, HCB olhava para eles com pouco interesse e contou a eles que uma vez que ele tirava uma foto, simplesmente a superava e partia para procurar a próxima.

Mesmo que seja ótimo apreciar seu próprio trabalho, nunca o idolatre e deixe isso te prender. Se você tem um portfólio de imagens incríveis, lute para conseguir fazer imagens ainda melhores. Não se satisfaça e se torne complacente. Sempre lute por grandeza.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

MAZE



Maze foi pintada por James Jean, um artista nascido em Taiwan, que estudou e trabalha nos EUA. É de 2008, o mesmo ano em que ele criou o conceito do filme 'Trembled Blossoms' para a Prada. Pelo jeito, ele estava às voltas com mitologia grega, já que no vídeo aparece com destaque a figura do Minotauro, que faz parte da mesma história em que surgiu o labirinto, criado por Dédalus.

Para resumir a história, Dédalus era um inventor que servia ao rei e à rainha de Creta. O rei ordenou a Dédalus que construísse um labirinto para prender o monstro que sua mulher havia parido (o Minotauro) e, para ter certeza de que ninguém pudesse escapar deste labirinto, o rei manda que nele sejam presos ele e seu filho Ícaro. Uma vez lá dentro, pai e filho prisioneiros começam a elaborar um meio de escapar. Visto que este não tinha teto, elaboraram dois pares de asas, construídos com cera de abelha e penas dos pássaros que viviam no labirinto, para fugir. Um pouco antes, o pai adverte o filho: ao sair do labirinto ele irá se deparar com um mundo muito amplo, que lhe parecerá sem limite; porém, terá que se haver com limitações de outra natureza, posto que são ‘invisíveis’. Por exemplo, se voar baixo demais, a umidade fará suas asas se tornarem pesadas; se voar muito alto, o calor do sol derreterá a cera de abelha e em ambos os casos não poderá mais voar. A história tem um fim trágico: Ícaro, ao voar do labirinto, fica deslumbrado com a sua nova liberdade e voa muito alto. Tão alto que o sol derrete a cera das suas asas, e ele cai no mar e submerge. Teseu, que matou o Minotauro e foi o único a descobrir a saída do labirinto (ainda que com a ajuda da amante Ariadne) tem em seu próprio mito a descrição de um ritual de passagem.


 


Presente em diversas culturas, o labirinto - via tortuosa que leva a um centro - remete ao caminho difícil que devemos trilhar em busca de auto-conhecimento, serve como instrumento de meditação. A beleza do labirinto está em seu apelo universal, não vinculado a nenhuma fé ou tradição. Qualquer pessoa pode fazer o caminho e extrair dele sua própria experiência.

'Maze' é uma das minhas obras de arte contemporânea preferidas. Ela mostra uma menina segurando uma roda, que é também um labirinto. A paisagem lembra um jardim, mas é desfocada, meio etérea. No fundo, dá para ver um menino que brinca com uma roda, que é só a circunferência que ele empurra com seu pedaço de pau (nunca brinquei disso e não faço ideia de qual seja o nome dessa brincadeira). A menina olha para baixo, enquanto parece descansar, com um ar de reflexão. Ela usa os cabelos presos e um vestido amarelo, muito bonitinho e limpo. Ela me faz pensar que a tal busca de conhecimento interior pode ser uma brincadeira, bonita e serena, como a pintura.






quinta-feira, 23 de agosto de 2012

PAIS MAIS VELHOS


Ontem à noite eu assisti a uma matéria no Jornal Nacional sobre o resultado de uma pesquisa islandesa publicada na capa da Nature, importante publicação no meio científico, que concluiu que conforme a idade dos homens avança as chances de seus filhos sofrerem de desordens mentais e psiquiátricas aumentam significativamente, devido a mutações genéticas.

Para falar em números, homens de 20 anos transmitem, em média, 25 mutações para os filhos e a partir daí, a cada ano esse número cresce de dois em dois, o que significa dizer que um homem de 40 anos transmite, em média, 65 mutações genéticas  para seus herdeiros. Achei legal terem mencionado que, até então, a idade da mãe sempre foi o foco principal de cientistas e médicos. Preferiria que tivesse virado uma matéria maior no Fantástico, que anda tão fraquinho e teria mais audiência.



Seja lá como for, isso me fez pensar que, mesmo que todas as pessoas do mundo fossem informadas sobre o resultado da tal pesquisa, quão impactante isso seria no nosso comportamento? Me explico: a matéria terminou com o responsável pelo estudo falando sobre como as novas descobertas não deveriam alarmar os pais que tiveram ou pretendem ter filhos após os 40 anos, mas que a população deveria ser informada e os homens encorajados a ter seus filhos quando mais jovens, no mesmo molde de campanhas que são feitas voltadas ao público feminino.

Quão eficiente seria de fato uma campanha desse tipo, quão dispostos estariam os homens a mudar seu cronograma? As mulheres realmente têm pressa em engravidar pensando na saúde da prole?
Tenho minhas dúvidas (o que quer dizer que eu não sei a resposta e não que eu duvide). Essa semana li um post no Petiscos sobre a entrevista do ator que interpretou o menino rejeitado pela Summer no filme '500 dias com ela'. Vibrei com a conclusão do Joseph, que parte do público parecia não ter entendido, de que seu personagem era um garoto egoísta que pousava todas as expectativas e razão de viver na namorada que, claro, não conseguiu preencher o vazio daquela alma tão carente.



Se eu bem me lembro, muitas das meninas que assistiram ao mesmo filme que eu achavam a personagem da Zooey Deschanel estranha e até filha da puta por não se dobrar diante de tanto romantismo e fofice. Aparentemente, não estamos acostumados a assistir a homens tendo seus sentimentos frustrados dessa maneira. Na semana passada, postei o vídeo produzido por um blog de mães falando sobre o perigo da cultura das princesas. Um dos tópicos alertava para o fato de nos contos de fadas a princesa não ter ocupação, talento ou motivação na vida até a chegada  do sempre tão esperado príncipe encantado.

Duas semanas antes, um evento de dois dias da Editora Trip, o Casa TPM, discutiu com diversos profissionais e entusiastas do assunto o papel da mulher contemporânea. Os debates eram geralmente voltados à questão da maternidade e à aparência de uma maneira geral. Ouvindo a antropóloga e professora Mirian Goldenberg contar sobre sua experiência de conversar com grupos de mulheres, é difícil não reconhecer as personagens femininas típicas. Segundo Mirian, o marido é o capital de mais valor para a mulher na sociedade brasileira, acima inclusive do corpo perfeito e magro; e das mulheres é cobrada a maternidade como se essa fosse a grande missão da vida de qualquer fêmea.



Tudo isso para dizer que eu tenho a impresão de que a pressa da mulher em engravidar tem mais a ver com a pressa de ser finalmente resgatada pelo príncipe (assista ao primeiro episódio da terceira temporada de Sex and the City e veja que isso é verdade também nos EUA e há mais de 10 anos) e menos com a preocupação de gerar filhos autistas ou esquizofrênicos. E que é um alívio pensar que tenham cientistas investigando a influência da genética do homem na procriação, no sentido de que isso indica uma mudança cultural, mas que legal mesmo seria ver mais mudanças de comportamento na vida real. 

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

ENQUANTO MAD MEN NÃO VOLTA...

Você mata saudades do Jon Hamm respondendo às 5 perguntas de adolescentes para a Rookie Mag.



Ask a Grown Man: Jon Hamm from Rookie on Vimeo.

TECIDOS ESTAMPADOS: CRIE O SEU



Eu não lembro exatamente quando nem como eu cheguei a esse site, mas eu acho a ideia bem incrível, então vale a pena dividir.

Pra começar, deixa eu explicar a tal ideia. Spoonflower é um site que vende tecidos naturais, de qualidade, com estamparia eco-friendly, por metragem, com  entrega internacional (inclusive para o Brasil). Até aí nada de mais.

A grande sacada é o caráter colaborativo e personalizado. Eles vendem voil, crepe, cetim de algodão orgânico, malha de algodão orgânico com a estampa que você criar. Nessa "modalidade" você tem 20% de desconto na compra, e o seu design fica disponível para outras pessoas. Quando alguém comprar, você ganha 10% do valor.

Isso significa que se você não quiser criar, pagando o preço cheio (não vou mentir, não é baratíssimo), você tem acesso a milhares de estampas, criadas por terceiros, que estão sempre sendo renovadas. A vantagem, sobre os tecidos que  você encontraria em lojas de tecido comuns é, na minha humilde opinião, a disponibilidade de tendências recém-lançadas em velocidade maior que a permitida pela indústria têxtil tradicional.

Ainda não comprei nem uma amostrinha, mas sempre entro e dou uma olhada nas estampas novas. Já tenho algumas fotos de modelos que quero mandar para a costureira fazer com os tecidinhos praticamente exclusivos. Quando finalmente realizar o projeto, eu conto por aqui.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

O PERIGO DA CULTURA DAS PRINCESAS

O Perigo da Cultura das Princesas, ótimo post (e vídeo melhor ainda) do Mamatraca.
Como diria Mirian Goldenberg, "é difícil diversificar nosso padrão cor-de-rosa de ser mulher", ainda mais se não parar e pensar. Para meninas pequenas, grandes e mães de meninas!



ENTENDENDO CORES


Por mais que nos aconselhem a não julgar as pessoas, faz parte do nosso arsenal para sobrevivência olhar e tentar adivinhar a personalidade de desconhecidos. A comunicação não-verbal estabelece a primeira impressão. Cores (e formas) são grandes responsáveis pelas mensagens enviadas através da roupa. A primeira reação a uma peça é causada pela cor, seguida pelo modelo e sensação tátil. As cores nos impactam emocionalmente e fisicamente, de forma consciente ou não. Você pode nunca ter pensado nisso racional ou propositalmente, mas deveria, pelo menos para entender que mensagem está passando por aí, ou manipular um pouco a maneira como é vista. Então aí vai, aulinha de cor com princípios bem básicos.


As cores, divididas por TEMPERATURA:
 
 


CORES QUENTES: APROXIMADORAS

Agitação,Dinamismo, Emotividade, Acolhimento, Ação, Interação,  Energia,Proximidade, Descontração




CORES FRIAS:AFASTADORAS
Tranquilidade, Equilíbrio, Racionalidade, Frescor, Distanciamento, Apatia, Impessoalidade, Instrospecção




As cores, divididas por LUMINOSIDADE:



CORES CLARAS:
Proximidade, Descontração, Abertura, Flexibilidade, Leveza, Casualidade



CORES ESCURAS:
Autoridade, Seriedade, Credibilidade, Força, Densidade, Formalidade



terça-feira, 14 de agosto de 2012

QUAY BROTHERS NO MOMA (NY)

Quem for passar por NY até o início de janeiro não deveria perder a exposição retrospectiva do trabalho dos 'Quay Brothers', que abriu domingo no MoMA. Os irmãos gêmeos, nascidos nos EUA e com estúdio fixado em Londres há mais de 30 anos, estão na vanguarda da animação de marionetes em stop-motion, em trabalhos que vão de clipes musicais a documentários. Não só estarão expostos seus melhores trabalhos conhecidos como também imagens inéditas, desenhos, esboços, instalações e objetos utilizados ao longo de sua carreira.

No mundo da moda, eles provavelmente se tornaram mais conhecidos depois de produzir o vídeo do perfume da Comme des Garçons, Wonderwood, para Rei Kawakubo. Ele tem o ar sombrio característico de todas as suas obras.

Quay Brothers: On Deciphering the Pharmacist's Prescription for Lip-Reading Puppets

August 12, 2012–January 7, 2013

11 West 53 Street  New York, NY 10019
(212) 708-9400

domingo, 12 de agosto de 2012

VIVIANE MOSÉ NA CASA TPM

Viviane Mosé, mestra e doutora em Filosofia, psicóloga e psicanalista, foi convidada a falar no primeiro dia do evento Casa TPM, no 1 Idéia em 5 Minutos sobre Educação. Aconteceu de a fala dela acontecer logo depois da roda de debate sobre "O que é ser mulher hoje?" e adicionar seu relato sobre liberdade e opressão, um pouco diferente do senso-comum. Coincidência feliz e que acabou deixando uma coisa a mais para pensar, que é justamente o que ela defende. O vídeo que eu  coloquei aí embaixo com o discurso dela, apaixonado e perturbador, fala melhor do que eu poderia. Um pouco mais de 15 minutos que com certeza não serão perdidos, tanto para mulheres quanto para homens. Também não deixe de clicar nos links que aparecem aqui, todos os debates tiveram muitas discussões relevantes e tem os tópicos principais transcritos. A frase que ainda está me colocando para pensar, foi dita pela antropóloga Mirian Goldenberg: "A liberdade não pode ser uma nova prisão.", que pode ter infinitas interpretações, dependendo da prisão vivida e da tal liberdade idealizada por cada um.

Se houver outra Casa TPM, não deixe de ir; eu não deixarei.

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

PEÇA 5: CALÇA JEANS RETA

Chegamos ao final do desafio. A quinta e última peça é uma calça jeans, e nesse caso, mais básica impossível. Eu diria que ela está para o guarda-roupa assim como o arroz está para a cozinha brasileira: acompanha bem tudo. De lavagem bem escura e corte bem reto,ela é a base neutra perfeita para levar numa mala de viagem, ou para uma pessoa que não é muitíssimo fã de jeans escolher para ter ali no armário. Você deixa ela com o comprimento que preferir, porque é fácil dobrar e fica bonito. Funciona com cores fortes, neutras, claras, escuras, estampas, texturas... Dependendo dos acessórios, fica mais séria ou mais descontraída e tem tudo para durar por uma vida toda, é só não engordar.







quarta-feira, 8 de agosto de 2012

PEÇA 4: SAIA AMARELA TECIDO RETA

Saia retinha como essa, de cintura alta ainda por cima, costuma ser uma peça mais conservadora e bem careta. A descontração fica por conta da cor forte e das peças que eu usei para compor, com estampas ou corte mais contemporâneos. Eu comprei porque apesar de gostar de amarelo, acho que não me favorece, por causa do tom da minha pele; a solução é usar nas peças de baixo, para ficar bem longe do rosto. O comprimento, acima do joelho, também é ideal para não achatar a silhueta quando uso sapatos sem salto. O tecido plano garante um ar mais sofisticado, fujo cada vez mais de peças de malha que, na minha opinião, só funciona em camiseta ou com uma modelagem maravilhosa.










segunda-feira, 6 de agosto de 2012

PEÇA 3: CAMISA CARGO AZUL MARINHO

Camisa cargo é sempre mais despojada, mas não deixa de ser um básico. Azul marinho é uma cor bem coringa e fica bem para todo mundo porque entra nas cartelas de cores frias e de cores quentes com facilidade. Não tem muito o que explicar. Eu comprei essa porque ando numas de usar mais camisa, acho que porque é fácil ir do careta arrumadinho pro mais desencanado numa simples dobrada de manga e trocando acessórios. E é uma opção escura à camisa branca de sempre. As sete combinações para começar a semana você vê aí embaixo.







quinta-feira, 2 de agosto de 2012

PEÇA 2: VESTIDO CURTO ESTAMPADO MANGA LONGA

Esse vestido foi minha segunda escolha por dois motivos: primeiro, para quebrar o estigma de que vestidos são pouco versáteis por se tratar de uma peça inteira e segundo, para mostrar qual é a minha família de cores preferida e como isso ajuda a montar um guarda-roupa inteligente.

O vestido foi um achado da Buffalo Exchange, portanto bem barato, e é de viscose, portanto fresco mesmo que de manga comprida. Apesar de eu ser mais ou menos alta, eu gosto de comprimentos mais curtos, confesso, então o decote mais fechado ajuda a balancear o periguetismo.

Quando eu peguei esse vestido para experimentar e mostrei para as minhas irmãs, velhas companheiras de compras, elas deram risada, à qual se seguiu o comentário: "ah, você e esas cores...". Elas têm razão, meu olho é altamente atraído por essa mistura de roxo, rosa, azuis e amarelinho, tanto juntas em estampas quanto separadas, em peças lisas. Resultado: a maior parte do meu guarda-roupa é altamente coordenável! Se você ainda não se deu conta de quais são as suas cores, vale a pena pensar nisso com carinho. Diminui muito as chances de comprar errado e aumenta muito as possibilidades de combinação.

Mas vamos às imagens. Vou ter que me desculpar pela qualidade, estou com vários contra-tempos tecnológicos, mas quis me manter fiel ao prazo. Tentei de novo fazer uma variedade de looks de frio, calor, mais e menos formais, com salto, sem salto. Então, aí vão mais sete!